Depressão pós parto. Fique atenta!
Depressão pós parto. Fique atenta!
A depressão pós-parto é surpreendentemente comum. Estima-se que ela afete cerca de 10 por cento das mulheres que tiveram bebê. Os sintomas incluem ansiedade, falta de energia e mudanças no padrão de sono e de alimentação.
Depressão é uma doença como outra qualquer, que exige tratamento, incluindo remédios e terapia. Acima de tudo, depressão pós-parto não é culpa da mulher, nem significa rejeição ao bebê.
O que é a depressão pós-parto?
A depressão pós-parto é bem mais séria do que uma melancolia passageira. A grande maioria das mulheres se sente triste nas primeiras duas semanas depois do parto, no chamado blues puerperal, mas é uma melancolia que vai embora sozinha.
No caso da depressão pós-parto, a tristeza e a falta de energia não melhoram conforme o tempo passa. A mulher não vê graça em quase nada: as situações prazeirosas são cada vez mais raras.
É importante que a mulher ou algum familiar reconheçam logo a depressão, para que ela receba o apoio e o tratamento necessários. Sem tratamento, a depressão pode durar meses e até anos.
Os especialistas não têm uma explicação exata para a depressão pós-parto, mas acreditam que seja uma combinação de fatores hormonais, ambientais, psicológicos e genéticos.
Como posso saber se estou com depressão pós-parto?
Veja a seguir uma lista dos sintomas mais comuns da depressão pós-parto. Muitas vezes os familiares e amigos os reconhecem antes da mulher.
Os sinais variam de mulher para mulher. Você pode estar sentindo:
Tristeza constante, especialmente na parte da manhã e/ou à noite;
Sensação de que nada de bom vem pela frente;
Sensação de culpa e de responsabilidade por tudo;
Irritabilidade e falta de paciência;
Vontade de chorar o tempo todo;
Exaustão permanente, mesmo quando consegue descansar um pouco;
Dificuldade de se divertir;
Perda do bom humor;
Sensação de não conseguir lidar com as circunstâncias da vida;
Enorme ansiedade em relação ao bebê e busca constante por garantias, por parte de profissionais de saúde, de que ele está bem;
Preocupação com sua própria saúde, possivelmente acompanhada pelo temor de ter alguma doença grave;
Falta de concentração;
Sensação de que o bebê é um estranho e não seu filho;
Pensamentos negativos demais em relação a você ou ao bebê;
Vontade de fugir, de sumir.
Esses sinais são frequentes em muitas mães. É normal ter dias ruins. Mas, se você está tendo esses sentimentos na maioria dos dias, e não parece estar melhorando, você pode estar com depressão pós-parto.
Se achar que pode estar com depressão pós-parto, converse com alguém. O ideal é falar com um médico, nem que seja o pediatra do seu filho ou o obstetra que acompanhou sua gravidez.
Em alguns casos, a depressão pode causar alucinações sobre atitudes violentas. Se tiver pensamentos negativos demais, procure ajuda médica imediatamente.
Quanto tempo depois do parto a depressão pós-parto acontece?
A depressão pós-parto costuma aparecer no primeiro mês depois do parto, mas ela também pode surgir a qualquer momento ao longo do primeiro ano do bebê.
Em alguns casos, a mulher está se sentindo bem e se adaptando à vida de mãe, e a depressão aparece. Em outros casos, ela já estava deprimida durante a gravidez, e a chegada do bebê não traz alívio.
Existem mulheres mais propensas a ter depressão pós-parto?
Os especialistas ainda não sabem exatamente por que certas mulheres ficam deprimidas e outras não. Porém há certas situações que parecem aumentar o risco de uma depressão pós-parto. São elas:
Já ter passado por uma depressão antes ou algum outro problema de saúde mental;
Ter tido depressão durante a gravidez;
Não ter família ou parceiro por perto;
Dificuldades financeiras, no trabalho ou no relacionamento;
Ter passado por um parto difícil ou complicações de saúde no pós-parto;
Ter tido um um bebê prematuro ou com problemas de saúde;
Dificuldade em amamentar;
Perda de um ente querido, recentemente ou no passado - o nascimento do bebê pode despertar lembranças dolorosas.
Qual é o tratamento da depressão pós-parto?
É importante você saber que, com ajuda, vai se sentir melhor. Lembre-se: ter depressão pós-parto não significa que você não é uma boa mãe para o seu filho, nem representa risco de alguém querer afastar seu filho de você.
Para casos leves de depressão pós-parto, apoio e orientação podem ajudar. Mas, para casos moderados a graves, os tratamentos são os seguintes:
Terapia
Conversar com alguém treinado para lidar com o que você está sentindo pode ser de grande ajuda. Muitas vezes somente a terapia já é suficiente para reverter o quadro, embora, em diversos casos, haja também a necessidade de associar ao tratamento algum tipo de medicação (que só pode ser prescrita por médicos).
Não se intimide em procurar ajuda especializada e encare isso como um ato de amor pelo seu bebê, para que você possa ser a mãe que sempre sonhou ser.
Antidepressivos
Os antidepressivos servem para reequilibrar as substâncias químicas no cérebro. Eles atuam para melhorar o seu humor, ajudar no sono e fazer com que você se sinta menos irritável.
Esse tipo de tratamento exige disciplina com horários e costuma levar de duas a quatro semanas para fazer efeito. Não desista por achar que ele não está melhorando em nada sua situação.
Lembre-se de que pode demorar um pouco para que seu corpo se adapte à medicação, e tenha em mente que às vezes a dose ou o tipo do remédio precisam de ajustes conforme a reação do organismo.
Não interrompa o tratamento sem conversar com seu médico antes, mesmo se achar que já está melhor, porque a depressão pode voltar de repente.
Também não se preocupe se estiver amamentando, já que há no mercado remédios compatíveis com o aleitamento materno. Se você notar alguma diferença no comportamento do seu bebê depois do início do tratamento, mencione para o médico.
É verdade que nem todos os antidepressivos funcionam para todo mundo, e pode haver efeitos colaterais. Em geral eles não provocam dependência, a não ser em casos
raros.
O que posso fazer para superar a depressão pós-parto?
Tente manter uma alimentação saudável;
Caso não tenha apetite, procure fazer pequenas refeições regularmente, para que os níveis de açúcar no seu sangue não caiam. Você precisa de energia, assim como seu sistema imunológico;
Descanse bastante;
Durma quando conseguir, ou simplesmente relaxe. Se alguém puder cuidar do bebê para você, aproveite para tirar uma soneca durante o dia, tome um banho bem relaxante ou escolha uma boa leitura e curta alguns momentos de preguiça;
Exercite-se;
Pode ser a última coisa que você tenha vontade de fazer neste momento, mas ter alguma atividade física vai ajudar você a se sentir melhor, tanto mental como fisicamente;
Você pode entrar em alguma aula de ginástica, por exemplo. Mas, se não for possível, só de sair para uma caminhada você já verá benefícios;
Encontre-se com outras mães;
A vida de uma mãe recente já pode ser bastante solitária, e o sentimento de solidão é pior ainda quando se convive com a depressão. Procure conhecer outras mães que estão na mesma fase de vida - é bom saber que não é só você que vive determinadas situações, como o cansaço de cuidar de um bebezinho;
Não seja dura consigo mesma;
Você está doente e precisa de tempo e espaço para se recuperar. Não se sobrecarregue de tarefas domésticas que não sejam urgentes e adie as "grandes" decisões por enquanto. Permita-se alguns mimos;
Aceite ajuda;
Deixe que amigos e familiares façam tarefas por você, e peça ajuda especialmente ao seu parceiro;
Há como prevenir a depressão pós-parto?
Não se sabe se é possível prevenir a depressão pós-parto. Alguns médicos podem receitar antidepressivos imediatamente depois do parto em casos de risco.
Tratar a depressão durante a gravidez também pode colaborar para evitar ou abrandar uma eventual depressão pós-parto.
Caso você já tenha tido depressão pós-parto uma vez, avise o obstetra ainda durante o pré-natal. Há boas chances de você não ter depressão de novo. E, se tiver, você não será pega tão de surpresa e poderá procurar ajuda mais cedo.
Fonte: https://brasil.babycenter.com/depressaoposparto